Um dos desenhos mais célebres do mundo faz parte do acervo da Academia de Veneza.
Trata-se do Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, em que a única figura humana é retratada em duas posições, como se houvesse fotogramas sobrepostos - dentro de um círculo, com os braços esticados na altura da cabeça e as pernas afastadas, e dentro de um quadrado, com os braços abertos na altura dos ombros e as pernas juntas. Círculo e quadrado porque tidos como as formas geométricas perfeitas.
O Homem Vitruviano parece fazer um polichinelo, aquele exercício físico banido da ginástica escolar depois de arrebentar os joelhos das gerações que hoje têm mais de 40 anos.
Da Vinci concebeu o desenho em torno de 1490, a partir das considerações do arquiteto romano Vitrúvio.
Um milênio e meio antes, em seu tratado De Architectura, Vitrúvio estabelecera quais seriam as proporções exatas do corpo humano, por meio de uma série de correspondências matemáticas entre as suas diversas partes.
O desenho de Da Vinci é acompanhado, na parte superior e inferior, de explicações sobre tais correspondências, a demonstrar com mais ênfase a intenção do artista de apresentar o modelo de harmonia que deveria servir de base a pintores, escultores e arquitetos.
O Homem Vitruviano é raramente exposto.
A última vez foi em 2009.